segunda-feira, 28 de março de 2011

Breve História do Trabalho

O trabalho existe desde os primórdios e tem grande importância para a vida das pessoas, independentemente das formas de se realizar, da época, cultura e local analisado. Entretanto, o conteúdo, formas e consequências das atividades laborais mudam. Em seguida, se descreve brevemente o contexto laboral de distintas épocas.


Primeiramente, na escravatura, o panorama era de vasta mão de obra e os escravos que se encontravam incapacitados para o labor, eram constante e simplesmente “trocados” por outros mais fortes e saudáveis até que estes últimos também se desgastassem (métodos rudimentares de trabalho) gerando um ciclo. Os escravos (a força de trabalho) eram comprados e vendidos como mercadorias, sem ter qualquer controle sobre os meios de produção ou condições de trabalho.


Já no feudalismo, o método de trabalho era mais diversificado, a produção era artesanal e manual (ofícios), contudo havia as taxas a ser pagas ao senhor feudal, não importava como se trabalhava, importava que parte da produção tinha que ir ao dono da terra, o senhor feudal. Neste sistema cada feudo possuía autonomia para estipular suas próprias regras, leis e condições de trabalho.


Com a Revolução Industrial Inglesa se introduziram as máquinas, gerando profundas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, a indústria passou a ser o espaço de trabalho onde as condições laborais eram insalubres, prejudiciais aos trabalhadores (incluindo mulheres e crianças), com altas jornadas laborais, pouco descanso, atividades mecanicistas, sem direito a repouso semanal, férias, entre tantos outros fatores. A luta era pela sobrevivência laboral.


No século XX, o sistema taylorista ganhou força com a produção em massa, mecanização do trabalho, neutralização dos processos cognitivo dos operários. Dentro deste panorama, o movimento operário ganhou maior força política com preocupação referente às condições de trabalho. Em seguida ocorreram conquistas relacionadas ao direito do trabalhador, como a criação da base da medicina laboral, o reconhecimento das enfermidades profissionais, direito a férias remuneradas, previdência social etc.


Atualmente o trabalho é abordado como um processo complexo e multifacetado, afeta e é afetado pelos próprios trabalhadores, nesta lógica as mudanças que ocorrem no âmbito laboral geram mudanças na sociedade como um todo. O conteúdo do trabalho também mudou desde atividades físicas a cognitivas, tornando-se em geral mais complexo.


É perceptível a acentuada mudança da compreensão do trabalho, suas formas e relações através do tempo, em especial nos dois últimos séculos e duas últimas décadas. A representação do termo “trabalho” é cinética e uma constante é que esta representação deve sempre ser revista e analisada para a promoção do bem estar do trabalhador.

sábado, 26 de março de 2011

Saúde no Trabalho - Considerações Gerais


A origem da palavra vem do latim “tripalium”, que era um instrumento de tortura, ou seja, o trabalho era visto como algo que gera sofrimento. Porém, a representação da palavra muda no curso da historia não sendo sempre associada a eventos negativos. Fazendo uma consulta no dicionário, encontra-se trabalho como: esforço; conjunto de atividades produtivas ou criativas com um determinado fim; ação ou modo de executar uma tarefa (Houaiss, 2001). Na sociedade moderna, as relações laborais se caracterizam principalmente pelo avanço da tecnologia, crescimento do setor de serviços e pela maior preocupação com medidas (específicas e;ou coletivas) que contemplem condições salubres de trabalho.


O foco na saúde ocupacional ainda é muito recente se comparado ao tempo que foi negligenciada. Alguns dos avanços com relação a leis trabalhistas são:


-Na Europa: direito a férias remuneradas (1936), regras de higiene e segurança do trabalho (1947), redução da jornada laboral entre outras


-No Brasil: no ano de 1943, se instituíram as normas legislativas referentes aos direitos dos trabalhadores a través da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Estas normas contemplaram, por exemplo: direita a férias remuneradas, diretrizes para jornadas de trabalho, assim como outros aspectos.


Apesar destas conquistas ainda se tem muito que fazer, pois o trabalho e suas implicações são cinéticos e necessitam de constantes revisões para promover a saúde laboral.



quinta-feira, 17 de março de 2011

Estresse, Agente Estressante

O estresse tem sido um fator constante na história da humanidade, tanto em nível individual quanto social. Este termo pode ser compreendido como toda reação psicofisiológica com a finalidade de enfrentar uma determinada situação e restabelecer a homestase perdida. O que se observa com o passar do tempo é que estas manifestações são uma constante porém são causadas por estímulos e/ou situações distintas.

Um importante conceito para a compreensão do estresse é o de "agente estressante", isto é, aquilo que rompe a homeostase (equilíbrio) de um sujeito, seja física ou psicologicamente. A consequência do agente estressante é o estresse que não é necessariamente negativo, também pode ser positivo. Na situação positiva, tem-se o eustresse, que ocorre quando o estressor é desejável, é algo pelo qual se almeja apesar dos custos. Isto é, de acordo com os próprios interesses e motivações. Por outro lado o agente estressante é mais conhecido como algo negativo que pode comprometer em diferentes níveis a saúde de um indivíduo, independentemente de sua vontade, tendo função desadaptativa e consequências negativas para o mesmo.

Alguns exemplos de agentes estressantes são: excesso quantitativo ou qualitativo de trabalho, problemas de saúde, de relacionamento interpessoal, de saúde,... Importante ressaltar que cada pessoa tem uma forma de agir de acordo com si mesma, com os estressores (intensidade, frequência) e com outras contingências; assim uma mesma pessoa frente aos mesmos estressores, em diferentes momentos, poderá ter diferentes limiares de resiliência, tempo de reação e recuperação do estresse. Com isso, um estímulo que em determinado momento da vida é inócuo, em outro pode se tornar um agente estressor.

Algumas das possibilidades para se adaptar melhor aos agentes estressantes são: prática de esportes, alimentação balanceada, ter relações interpessoais saudáveis, hobbies assim como toda e qualquer prática que tenha como finalidade a promoção da saúde e bem estar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Saúde, Contingências e Consequências

Saúde não é algo abstrato, ou apenas uma palavra. Saúde se constrói diariamente com comportamentos e atitudes saudáveis (dentro de uma perspectiva holística, somática, integrada).

Não adianta dar toda a água que uma planta necessita durante uma vida de uma vez pois a planta não absorverá tamanha quantidade que inclusive possivelmente será dissipada e até mesmo prejudicial. Também não adianta regar de uma vez retroativamente a água negligenciada durante determinado período (as vezes as consequências positivas e negativas são reversíveis, as vezes não).

Cada tempo tem seu equilíbrio (mas as bases são as mesmas), há tempos de chuva, há tempos de seca. É necessário identificar constantemente as contingências.

Qualidade de vida é o segredo para o bem-estar (promoção de fatores positivos) e para resiliência física e psicológica (diminuição da magnitude dos negativos como doenças físicas e traumas psicológicos). O autoconhecimento é uma forma de identificar e promover a qualidade de vida de acordo com cada contexto, pessoa, tempo ou situação.

Um mesmo e determinado peso "X", estímulo aversivo, dependendo das contingências (bio-filogênese, psico-ontogênese, culturais e situacionais) irá acarretar em consequências maiores ou menores nos indivíduos dependendo do estado de saúde (tendo como referência o conceito de saúde adotado pela Organização Mundial da Saúde, 1946) torna-se:

X- menos aversivo quando há maior saúde (S+)
X+ mais aversivo quando há S-

Categorizações, Adaptações e Percepções

Epifanias podem ser alcançadas tanto de formas indutivas quanto dedutivas, dependo do fenômeno, ponto de partida, ponto de chegada e abordagem. De todas as formas, ambas em última instância convergem para um ponto comum. Categorizamos fatos para facilitar a comunicação, didática e compreensão. Os fenômenos não são relativos, "são o que são", mas isto não ganha significado prático. Categorizações devem ser funcionais no sentido didático; o importante não é focar o rótulo, mas suas contingências e funções. Algum determinado fato por ser "verdade" não quer dizer que seja funcional. As óticas e as funções que são, um mesmo fenômeno pode ser comunicado diferentemente e ter diferentes consequências (o método depende dos objetivos). Em termos objetivos e independentemente de juízos de valores (que são contingências que também devem ser levadas em questão). Uma "verdade" em um momento errado ou expressa de forma errada pode ser mais disfuncional que uma mentira adequada (funcional). Parece que tem que haver um equilíbrio que nos rege mesmo sem compreendermos seu real significado; um impulso que desconhecemos mas que mesmo assim age e tem uma função reguladora que tem como referência o equílibrio (por exemplo: equilíbrio entre dois pólos como o + ou - ou entre a grandeza e a fragilidade da vida...), a homoestase, mas não que isto seja uma realidade, mas uma linha norteadora.