quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CARIDADE X ESMOLA

No último domingo vi uma família (geralmente presente) que estava na porta da Igreja pedindo esmola,...fato que infelizmente não é extraordinário.
O que me intriga é que aparentemente são pessoas saudáveis (o pai corre para atravessar a rua, tem mão forte, idade "media" etc.) e colocam 2 crianças de idade inferior a 10 anos para pedir ajuda também. Nada contra pedir ajuda de fato, o que me intriga é ver crianças no meio, sendo educadas neste tipo de “cultura”. Ainda, vejo uma pessoa dar 50R$ que é o que muitas pessoas ganham em um dia inteiro de trabalho, fora as muitas outras pessoas que não vi ofertando (que por sinal, NÃO deixa de ser um ato nobre espiritualmente).
Em princípio fiquei, com meu orgulho humano, com raiva da situação, depois pensei: quem sou eu para julgar? Se a pessoa quiser doar “X” livre arbítrio dela! Contudo, penso em algumas questões e te convido a vir junto:

- Se uma pessoa tem boa disposição para doar, pode ter um pouquinho mais de boa disposição para doar aonde a probabilidade de inversão em ações construtivas seja maior.
- Preocupa-me o fato do legado que estas crianças estão tendo dos pais. Há toda uma estratégia (para não dizer malandragem): crianças para sensibilizar mais as pessoas, saída de um local de suposta bondade e um dia de final de semana (vendedores de carros, imóveis, etc. sabem disso). Como as crianças aprenderão a conquistar (e não pedir): respeito, condições materiais, etc.
- Como às vezes nos julgamos (até mesmo sem perceber) como que a nossa moral que fosse a válida.....
- Quantas pessoas que trabalham dignamente e mesmo assim não consegue sobreviver.
- O problema não é julgar em si e sim condenar sem informação suficiente.
- Vale também separar a atitude da pessoa.
- ESMOLA pode ser algo de menor generosidade quando é dada sem a consciência do que se está fazendo (assim como o “mal” sem percepção, logicamente também justifica mas não abona).
- CARIDADE não é algo que se doa apenas porque está sobrando. É algo que se compartilha até mesmo quando temos pouco.

Não espero com este texto achar soluções, mas instigar a pensar!
Abraço


 

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