quinta-feira, 28 de junho de 2012

Princípio do Equilíbrio e Habituação: auto regulações de sistemas físicos e psicológicos - Parte I

1.1) Princípio da Habituação
Quando uma nova contingência entra em ação, seja coercitiva ou positivamente reforçadora, há naturalmente um período de adaptação; que em maior ou menor tempo, TENDE (ou seja, é uma direção constante e ao mesmo tempo um norteador não uma realidade) à “estabilidade” adaptativa.

Por exemplo: ganhar na loteria X felicidade (Vide Gráfico do princípio da Habituação).


O oposto também, pode ser verdadeiro. Depende do tempo de resposta, magnitude do estímulo e contingências biopsicosociais. Por isso que fatos efêmeros tendem a super ou infra valoração.
Este raciocínio pode ser correlacionado com o valor agregado. Um determinado recurso em um ambiente onde o mesmo recurso é escasso tende a possuir maior valor do que o mesmo recurso em um ambiente no qual é abundante, isto, INDEPENDENTEMENTE do recurso.
Exemplo clássico, um copo da água no deserto tende a ser mais valioso (pelas próprias contingências) do que um copo da água com a mesma quantidade em um local vizinho de uma fonte contínua e natural.

Ou seja, há uma capacidade adaptativa para a habituação das contingências no passar do tempo na vida; independentemente de ser boa ou ruim.

Isto só não é processado quando uma determinada contingência tem uma magnitude tão forte que exerce imediatamente sua influencia na habituação (traumas, acidentes, etc...), mas como forma genérica é um PADRÃO.

1.2) Princípio do Equilibrio
O princípio supra descrito seria análogo a homeostase. Sendo assim, é uma tendência global, generalista, um norte, um equilíbrio e não uma realidade.
Assim como a habituação, acoplado neste raciocínio há uma tendência ou uma pulsão ao equilíbrio natural de diferentes sistemas entre a estabilidade em meio a instabilidade e vice versa, sendo também uma reação dialética (quanto mais perto de extremos de pólos opostos, maior gravidade ao centro ao núcleo, por exemplo: o fragilidade e a grandeza da vida).
Ou seja, parece que tem que haver um equilíbrio que nos rege mesmo sem compreendermos seu real significado; um impulso que desconhecemos mas que mesmo assim age e tem uma função reguladora que tem como referência o equilíbrio.

1.3) Cognitiva/ Psíquica Relatividade
Juntamente com estes princípios (Equilíbrio e Habituação), há uma relatividade de percepção deste equilíbrio, inteferindo na habituação...


Maior quantidade de algo - Menor valor agregado

Menor quantidade de algo - Maior valor agregado
(exemplos: comida, economia)

O oposto também pode ser verdadeiro sendo que um não exclui o outro e sim podem ser complementares.

Maior quantidade de algo - Maior desenvolvimento

Menor quantidade de algo - Menor desenvolvimento
(exemplos: fé, conhecimento....)


Pela própria relatividade é importante ter pontos de vista positivos (otimistas, não irrealistas) pois estinula processos saudáveis. Isto levando em consideração os fatos objetivos porém não se limitando a eles e buscando um ponto de vista construtivo.

Tomemos uma análise de uma situação prática:
Situação 1) uma pessoa sai da casa para ir ao trabalho na hora do rush (já sabe do alto volume de trânsito encontrado nestas contingências), escolha uma das pistas disponíveis na avenida e em relação as outras pistas, a pista escolhida flui muito mais rapidamente e ele chega em seu trabalho em menor tempo que o de costume, chegou em 30 min.
Situação 2) a mesma pessoa, no mesmo trajeto, sai de casa em um horário que não há movimento na rua. Na avenida encontra um acidente que impede o transito durante alguns momentos e atrasa o sujeito, que chega no trabalho em 30 min.

Na primeira situação a pessoa tende a ficar feliz e na segunda tende a ficar insatisfeita, sendo que quantitativamente o tempo foi o mesmo, mas não as contingências e tão pouco a interpretação delas.

Conclusões
Não são os fenômenos em si que influenciam na percepção, mas sim a relação deles com as contingências situacionais.O uso intencional (“consciente”) dos recursos aproxima-os do efeito desejado.
Assim como há relatividade na noção de relatividade de tempo, há relatividade psicológica na interpretação física e subjetiva (muito ou pouco ; bom ou ruim), sendo estas tendências, atemporais, aculturais e arquetípicas!
É importante realizar uma análise funcional situacional para identificar as contingências que exercem maior efeito sobre o fenômeno analisado, assim se terá maior compreensão do próprio fenômeno e maior direcionamento à ação.

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