domingo, 21 de agosto de 2011

Saúde e trabalho: características

Atualmente, a sociedade moderna é caracterizada por rápidos e frequentes mudanças em distintos contextos, como nas relações sociais, familiares, econômicas e a relação homem- trabalho não é diferente. Neste contexto a capacidade de adaptação é constantemente exigida.
A atividade laboral tem grande importância e é inerente à vida das pessoas independentemente de qual é a época, cultura ou local analisados. Contudo, as relações de trabalho e do trabalhador são cinéticas.
A própria modernidade tornou mais permeável as fronteiras entre a vida profissional e pessoal. Com isto, a representação do trabalho e suas implicações deve sempre ser revista, analisada e contextualizada. Ainda, o labor por sua vez não pode ser dissociado da saúde, já que a saúde também é compreendida como um reflexo das condições de trabalho e da vida em geral. As condições e relações de trabalho afetam tanto o estado físico quanto psíquico das pessoas.
Como as formas e características do trabalho e do trabalhador mudaram, é necessária a compreensão destas mudanças, e suas consequências na saúde laboral. Isto tanto no que se refere a aspectos negativos (exemplo síndrome de burnout) como os positivos (que é o caso do work engagement). Sendo assim, se tem a responsabilidade do próprio individuo como condição fundamental para administrar sua carreira profissional e pessoal frente às novas contingências e condições econômicas, sociais, culturais, tecnológicas e políticas.
Tudo isso com a finalidade de manter o trabalhador saudável, promovendo os aspectos positivos e melhorando os negativos tanto no próprio trabalho, como fora dele. Nesse contexto entendem-se saúde como “estado de bem estar total que inclui o bem estar físico, mental e social, e não como a mera ausência de e doenças ou transtornos” definição esta fornecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946, p.1). Ou seja, saúde não é um estado estável, podendo mudar constantemente, mas um objetivo a ser buscado.
As organizações devem entender a saúde como um valor estratégico, pois incrementar os recursos laborais previne riscos psicossociais e amplifica a qualidade do trabalho. É mais rentável para uma organização a inversão em melhora do bem estar e no desenvolvimento dos profissionais (programas de qualidade de vida, cursos de aperfeiçoamento...), do que enfrentar os problemas evitáveis.
Algumas das estratégias e fatores para o incremento da qualidade de vida laboral são: constante diálogo e reflexão com a situação, autoconhecimento (saber os próprios limites e potenciais), constante aperfeiçoamento profissional e acadêmico, flexibilidade para lidar com as mais distintas situações do ambiente laboral (sejam, técnicas, relacionais, institucionais, etc.), adaptação frente às demandas cambiantes em situação de trabalho para lidar mais funcionalmente com os estressores provenientes do trabalho, apoio social (família e/ou colegas e/ou amigos), prática de um hobby, autodeterminação e autonomia.
De uma forma geral, estas estratégias devem considerar a capacidade de resposta, a especificidade situacional, o contexto ambiental e os critérios de resultados que se utilizam e se esperam. É importante saber eleger a estratégia mais adequada para cada circunstancia concreta, isto implica em ter flexibilidade cognitiva como para mudar, adaptar e enfrentar as estratégias quando necessário for. Como enfrentamento, entenda-se o conjunto de respostas utilizadas para resolver situações problemáticas e reduzir as tensões que geradas no contexto laboral. De acordo com as estratégias supracitadas, o enfrentamento pode ser adaptativo ou não.
Como visto, as relações laborais são distintas de outras épocas. Estas mudanças exigem a mobilização dos indivíduos e das organizações para a adaptação a estas novas realidades laborais caracterizadas, além de outros fatores, pelo crescimento do setor de serviços e da tecnologia no trabalho.

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